Karl Marx, importante pensador alemão
do século XIX, teceu diversas críticas ao sistema capitalista. Demonstrou como,
no decorrer da história, a propriedade privada se mostrou um fator decisivo
para uma crise no modelo social, que foi acentuada quando a burguesia fez da
exploração do proletariado uma forma de produção. Com isso, a Revolução
Proletária, segundo o autor, significa o fim da crise capitalista para a
introdução do governo Socialista, pois para ele, a base de cada sociedade
humana é o processo de trabalho. Não como ele se encontra atualmente, mas com
os seres humanos cooperando entre si para fazer uso das forças da natureza e,
portanto, satisfazendo as suas necessidades
Para Marx, o homem passa de uma
situação de penúria e vai para um estado de abundância com essa revolução.
Sendo o primeiro o estado primitivo do homem e o segundo o Comunismo. Ou seja,
a ausência da propriedade privada. Retomando os princípios de Rousseau, Marx
afirma que o cercamento de uma área para a prática de agricultura e ade pecuária
gerou a propriedade privada, que, por sua vez, levou ao fim o nomadismo. Dessa
maneira, surge a cidade política, na qual existe uma àgora para discussões.
Nessa época, o campo se torna produtor de bens para a cidade. A cidade política
passa a ser cidade comercial quando a àgora se volta principalmente ao
comércio, sendo essa conhecida como feudo e conta com uma produção
autosuficiente. A medida em que os feudos não comportavam mais indivíduos, as
pessoas começam a se abrigar em volta dos muros, produzindo o artesanato - que
será trocado, dando início à troca simples.
A cidade industrial aparece acompanhada
ao aparecimento das indústrias. A partir deste momento, os bens são
considerados mercadorias, a desigualdade social passa a ser algo descomunal e o
privado começa a se beneficiar, atropelando o coletivo. Nessa época surgem os
pensadores liberais, que tentam controlar a população da maneira que ela já
está, e os pensadores radicais, em contraposição, incentivam uma revolta do
proletariado.
De acordo com as ideias do pensador em
questão, a exploração proletária teve início no momento em que os burgueses
especializaram o trabalho. Até então, o trabalho era uma forma de objetivação
da essência dos seres humanos, pois eles moldavam a natureza de acordo com eles
mesmos. Dessa objetivação, surgiam os produtos. Entretanto, isso foi alterado
com a industrialização, processo pelo qual os burgueses,
detentores dos meios de produção, os ofereciam em troca de trabalho. Perceberam
que, ao dividir as tarefas entre as pessoas, produziriam mais durante o mesmo
período de tempo. Dessa maneira cada operário só sabia fazer uma parte do
produto. Isso fez com que os seres humanos não mais se identificassem com os
objetos produzidos no trabalho, pois não sabiam produzi-los inteiramente. Não
há mais então realização no trabalho, mas sim alienação, o que é bem
demonstrado por Charles Chaplin, no filme “Tempos Modernos”. A partir do
momento em que as pessoas estão alienadas, elas aceitam passivamente a
dominação pela qual estão sendo submetidas.
Esse espaço de tempo entre a era
capitalista e a Revolução Proletária é denominado pelo filósofo como um período
de crise. Em “O Capital”, Marx analisou o capitalismo não como a forma de
sociedade correspondente à natureza humana, mas como um modo de produção
historicamente transitório cujas contradições internas o levariam à quebra do
sistema. O Comunismo, nesse contexto, introduziria uma sociedade de lazer,
onde as pessoas trabalhariam menos e onde não haveria a propriedade privada. A
Revolução Proletária será a primeira e única revolução do povo e para o povo.
As outras revoluções só fizeram uma mudança do grupo social que estava no poder
e não levaram a profundas mudanças na sociedade. Para ele, essa revolução
consiste em três etapas. Primeiramente, defende que uma revolução armada do
proletariado deve acontecer. Em seguida, ocorrerá a consciência de classe. E,
só então, os operários perceberão que estavam sendo explorados.
Portanto, de acordo com os princípios
desse pensador, os mecanismos de dominação presentes no sistema capitalistas
são formulados pelos burgueses e aplicados ao proletariado. Além dessa opressão
retratada no texto, deve-se considerar que uma importante ferramenta para a
manutenção dessa dominação são medidas paliativas, como o Bolsa Família
atualmente, que evitam a revolução por meio da distribuição mínima da renda.
Dessa forma, Marx se tornou o mais rigoroso crítico do capitalismo. Sua meta
era entendê-lo como uma forma de sociedade, descobrir o que faz o capitalismo
diferente das formas anteriores de sociedade, e que contradições levariam à sua
futura transformação. Assim, ele questionou a imposição do capitalismo,
propondo uma luta de classes que, impreterivelmente, desse fim a esse sistema
injusto e opressor, instaurando o comunismo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO texto está muito bem escrito e trata de uma forma mais dinâmica a teoria densa de Marx. Os exemplos, como o filme de Charles Chaplin, ilustram com eficácia a concepção do autor. As críticas são um dos pontos altos do texto, achei legal vocês colocarem as suas opiniões sobre o modelo político em pauta. O resumo consegue reunir as principais ideias do autor, que foram discutidas em aula. Sinto falta apenas dos fundamentos econômicos explicados por Marx, que refletem tão intensamente no sistema em que estamos inseridos. A releitura de um dos clássicos da política faz-se necessária em momentos de crise, principalmente quando propõem algumas ideias plausíveis para reflexão. O título elaborado para o artigo faz uma ótima referência ao conteúdo, assim como os outros do blog. Acho importante colocar imagens que ilustrem o que está escrito, isso ajuda na compreensão do leitor, deixando mais simples teorias complexas como essa. Parabéns, meninas!
ResponderExcluirIsabella Pissato de Almeida Prado
RA00119585