terça-feira, 5 de junho de 2012

“Proletariado, uni-vos!”


Karl Marx, importante pensador alemão do século XIX, teceu diversas críticas ao sistema capitalista. Demonstrou como, no decorrer da história, a propriedade privada se mostrou um fator decisivo para uma crise no modelo social, que foi acentuada quando a burguesia fez da exploração do proletariado uma forma de produção. Com isso, a Revolução Proletária, segundo o autor, significa o fim da crise capitalista para a introdução do governo Socialista, pois para ele, a base de cada sociedade humana é o processo de trabalho. Não como ele se encontra atualmente, mas com os seres humanos cooperando entre si para fazer uso das forças da natureza e, portanto, satisfazendo as suas necessidades
Para Marx, o homem passa de uma situação de penúria e vai para um estado de abundância com essa revolução. Sendo o primeiro o estado primitivo do homem e o segundo o Comunismo. Ou seja, a ausência da propriedade privada. Retomando os princípios de Rousseau, Marx afirma que o cercamento de uma área para a prática de agricultura e ade pecuária gerou a propriedade privada, que, por sua vez, levou ao fim o nomadismo. Dessa maneira, surge a cidade política, na qual existe uma àgora para discussões. Nessa época, o campo se torna produtor de bens para a cidade. A cidade política passa a ser cidade comercial quando a àgora se volta principalmente ao comércio, sendo essa conhecida como feudo e conta com uma produção autosuficiente. A medida em que os feudos não comportavam mais indivíduos, as pessoas começam a se abrigar em volta dos muros, produzindo o artesanato - que será trocado, dando início à troca simples.
A cidade industrial aparece acompanhada ao aparecimento das indústrias. A partir deste momento, os bens são considerados mercadorias, a desigualdade social passa a ser algo descomunal e o privado começa a se beneficiar, atropelando o coletivo. Nessa época surgem os pensadores liberais, que tentam controlar a população da maneira que ela já está, e os pensadores radicais, em contraposição, incentivam uma revolta do proletariado.
De acordo com as ideias do pensador em questão, a exploração proletária teve início no momento em que os burgueses especializaram o trabalho. Até então, o trabalho era uma forma de objetivação da essência dos seres humanos, pois eles moldavam a natureza de acordo com eles mesmos. Dessa objetivação, surgiam os produtos. Entretanto, isso foi alterado com a industrialização, processo pelo qual os burgueses, detentores dos meios de produção, os ofereciam em troca de trabalho. Perceberam que, ao dividir as tarefas entre as pessoas, produziriam mais durante o mesmo período de tempo. Dessa maneira cada operário só sabia fazer uma parte do produto. Isso fez com que os seres humanos não mais se identificassem com os objetos produzidos no trabalho, pois não sabiam produzi-los inteiramente. Não há mais então realização no trabalho, mas sim alienação, o que é bem demonstrado por Charles Chaplin, no filme “Tempos Modernos”.  A partir do momento em que as pessoas estão alienadas, elas aceitam passivamente a dominação pela qual estão sendo submetidas.
Esse espaço de tempo entre a era capitalista e a Revolução Proletária é denominado pelo filósofo como um período de crise. Em “O Capital”, Marx analisou o capitalismo não como a forma de sociedade correspondente à natureza humana, mas como um modo de produção historicamente transitório cujas contradições internas o levariam à quebra do sistema. O Comunismo, nesse contexto, introduziria uma sociedade de lazer, onde as pessoas trabalhariam menos e onde não haveria a propriedade privada. A Revolução Proletária será a primeira e única revolução do povo e para o povo. As outras revoluções só fizeram uma mudança do grupo social que estava no poder e não levaram a profundas mudanças na sociedade. Para ele, essa revolução consiste em três etapas. Primeiramente, defende que uma revolução armada do proletariado deve acontecer. Em seguida, ocorrerá a consciência de classe. E, só então, os operários perceberão que estavam sendo explorados.
Portanto, de acordo com os princípios desse pensador, os mecanismos de dominação presentes no sistema capitalistas são formulados pelos burgueses e aplicados ao proletariado. Além dessa opressão retratada no texto, deve-se considerar que uma importante ferramenta para a manutenção dessa dominação são medidas paliativas, como o Bolsa Família atualmente, que evitam a revolução por meio da distribuição mínima da renda. Dessa forma, Marx se tornou o mais rigoroso crítico do capitalismo. Sua meta era entendê-lo como uma forma de sociedade, descobrir o que faz o capitalismo diferente das formas anteriores de sociedade, e que contradições levariam à sua futura transformação. Assim, ele questionou a imposição do capitalismo, propondo uma luta de classes que, impreterivelmente, desse fim a esse sistema injusto e opressor, instaurando o comunismo. 

2 comentários:

  1. O texto está muito bem escrito e trata de uma forma mais dinâmica a teoria densa de Marx. Os exemplos, como o filme de Charles Chaplin, ilustram com eficácia a concepção do autor. As críticas são um dos pontos altos do texto, achei legal vocês colocarem as suas opiniões sobre o modelo político em pauta. O resumo consegue reunir as principais ideias do autor, que foram discutidas em aula. Sinto falta apenas dos fundamentos econômicos explicados por Marx, que refletem tão intensamente no sistema em que estamos inseridos. A releitura de um dos clássicos da política faz-se necessária em momentos de crise, principalmente quando propõem algumas ideias plausíveis para reflexão. O título elaborado para o artigo faz uma ótima referência ao conteúdo, assim como os outros do blog. Acho importante colocar imagens que ilustrem o que está escrito, isso ajuda na compreensão do leitor, deixando mais simples teorias complexas como essa. Parabéns, meninas!

    Isabella Pissato de Almeida Prado
    RA00119585

    ResponderExcluir